Alonso Bispo trabalhou por oito anos em uma franquia da rede americana de frango frito no exterior. Hoje, tem sua própria marca, com uma receita exclusiva
Tipicamente americano, o frango frito começou a ganhar espaço no orçamento de fast food dos brasileiros nos últimos anos, principalmente com a chegada de grandes redes internacionais por aqui, como Popeyes e KFC. Foi a operação inglesa desta última marca, inclusive, que serviu como laboratório para a formação de Alonso Bispo, 46 anos, empreendedor brasileiro que criou a sua própria franquia de frango frito em Minas Gerais, a Chicken Town.
Bispo foi morar na Europa em 1999. Ele conta que começou a trabalhar em um restaurante do KFC, na região de Colchester, em 2007. “Entrei como atendente, depois passei direto para a cozinha.” Bispo passou quase oito anos na empresa e chegou a ser líder das equipes das três lojas que o franqueado geria na região. “Eu peguei gosto mesmo pela cozinha. Cheguei a trabalhar com outros pratos depois, mas o frango virou minha paixão”, afirma.
Em 2016, Bispo voltou para sua terra-natal, Uberlândia (MG), e começou a trabalhar com construção civil. O negócio acabou não dando muito certo e ele resolveu ouvir sua intuição: foi trabalhar com cozinha. Depois de muitos testes, chegou a uma receita de frango à passarinho empanado que arrancou elogios da família. “Eu tive contato com o frango frito americano, que é o original, e o britânico. Nenhum deles é o que agrada o paladar do brasileiro, e esse foi meu ponto de partida”, explica. Além das opções de pedaços de frango, também há sanduíches e pratos feitos.
No início era um hobby, e toda a família de Bispo participava. Em 2019, ele colocou um trailer em um food park na cidade, já com a marca Chicken Town. Depois de três meses, o espaço começou a ficar pequeno, e o delivery passou a crescer na cidade. Assim, ele resolveu abrir a primeira loja física da marca. “Como estamos perto de outras cidades no Triângulo Mineiro, logo outras pessoas apareceram querendo abrir algo parecido.”
Foi nessa época que Bispo resolveu fechar sociedade com o empresário Rogério Davino, 48 anos, com mais de 20 anos de experiência em varejo, como franqueado de outras redes de alimentação. Eles se conheceram por meio de contatos em comum e, juntos, formataram o modelo para franquias.
Com a chegada da pandemia, os sócios seguraram a expansão e analisaram o negócio para ajustar os ponteiros. “Refizemos os manuais e buscamos referências para uma expansão mais sólida. Quando as lojas puderam reabrir, já estávamos mais estruturados e com novos candidatos”, diz Davino. A massa que empana os frangos tem uma “receita secreta”, e é enviada a partir das duas cozinhas centrais, em São Paulo e Uberlândia, para lojas de todo o Brasil.
Eles também investiram na diversificação do portfólio, com a adição de um hamburger smash ao cardápio. “Para atender grupos de pessoas que estejam com ‘fomes’ diferentes, mas esse não é o foco da marca”, diz Davino.
A Chicken Town trabalha com dois modelos de negócios para quem quiser ser um franqueado. O primeiro é a dark kitchen, que demanda um investimento inicial a partir de R$ 75 mil. Esse formato reduzido foi testado em São Paulo, desde abril de 2020, dentro de uma padaria no Tatuapé, na zona leste da cidade. Agora, a região receberá uma loja completa.
O segundo é o modelo Premium, de loja física, que custa a partir de R$ 120 mil. Bispo e Davino visam cidades com mais de 100 mil habitantes. O valor inclui taxa de franquia, capital de giro e instalação.
Atualmente são 12 unidades em operação, e a previsão é inaugurar mais seis lojas ainda em 2021. O faturamento da rede deve fechar em R$ 5 milhões, cerca de 250% a mais do que ano passado – grande parte devido às inaugurações. A primeira franquia em shopping center será aberta nos próximos meses, em Goiânia – e Bispo passará a disputar terreno com a operação brasileira de seu antigo empregador.
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Texto originalmente publicado por: Pequenas Empresas & Grandes Negócios